Estudiosos que buscaram saber como surgiu o carnaval, acreditam que sua origem provém de festas pagãs da Antiguidade, na qual havia trocas de papéis em celebrações que duravam diversos dias. Cada região tinha seus próprios rituais, porém sempre com essa ideia de os indivíduos assumirem, durante as festas, lugares que se opõem à realidade de cada um.
Nesses períodos, era comum o rei ser destituído do seu poder e o prisioneiro receber suas honras, por exemplo (as Sacéias), entre outras inversões do gênero. Costume que acreditavam ser necessário para que o rei, por meio da humilhação, demonstrasse a sua submissão aos seus deuses.
Também havia povos que faziam festas em homenagem ao deus grego do vinho, associadas à embriaguez, euforia e orgias (os Bacanais). Bem como diversas outras festas nessa linha, associadas a estações do ano, crenças regionais e rituais para deuses.
Como surgiu o carnaval cristão
Com o passar do tempo, esses ritos foram sendo adaptados às culturas e “necessidades” dos povos sucessores. A mudança mais significativa foi feita pela Igreja Católica, quando se tornou mais forte perante a sociedade.
Como o carnaval era uma festa pagã que incitava os desejos da carne, batia de frente com a proposta da Igreja. Entretanto, por ser uma festa extremamente popular, era inviável exterminá-la.
Por isso, a Igreja decidiu ressignificar a data, criando a Quaresma, que viria a ser um período de abstenção de carne e dos prazeres mundanos antes da Páscoa, tendo como “preparação” e “despedida dos prazeres” a “festa da carne”. Foi neste momento que o carnaval recebeu o nome que conhecemos hoje, vindo do latim “carnis levale” (abstenção da carne) e passou a ser visto como uma festa cristã pelos católicos.
Evolução das tradições do carnaval no Brasil
O carnaval no Brasil surgiu no período colonial, incutido em nossa cultura pelos portugueses. Eles trouxeram os “entrudos”, que eram desfiles de grandes bonecos nas ruas, seguidos de uma brincadeira de jogar líquidos (incluindo urina), lama, ovos e farinha em quem passava pelo local.
Essa foi uma prática que, por incitar ações agressivas, em 1841 foi proibida. Entretanto, apesar de ilegal, ainda foi vista durante aproximadamente mais um século.
O carnaval no Brasil de hoje
Posteriormente a festa foi tomando outras formas, mas atualmente ainda podemos notar heranças dos diversos costumes de nossos ancestrais. Então as celebrações, inversões de papéis, bebedeiras, orgias e homenagens a deuses continuam fazendo parte dessa festa, ajustadas ao nosso tempo e às leis de hoje.
Por isso, existe outro grupo de cristãos (os protestantes), que costuma se reunir em retiros espirituais (geralmente organizados em acampamentos em locais afastados), motivados pelos ensinamentos bíblicos, que se opõem a tais festividades.
Já para os que celebram a data, hoje contam também com homenagens e reflexões nos âmbitos históricos, culturais, políticos e afins. Para tanto, os enredos das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro sempre ganham destaque nas mídias. Da mesma forma, diversas marchinhas e festas regionais dão vida a culturas muitas vezes esquecidas no dia a dia dos brasileiros.