O tema “acessibilidade” tem sido cada vez mais comum no Brasil, tanto por questões legais como sociais. Porém, ainda temos um grande espaço entre a teoria e a prática na maioria dos lugares. Por isso, vamos aproveitar o Dia Mundial do Braille (04 de janeiro) para pensar nos desafios de quem tem deficiência visual e em como cada um de nós pode promover a inclusão. Pois sempre há o que fazer para ajudar! [toc]
Sua empresa está preparada para atender a todos?
De acordo com a legislação brasileira, todo espaço público tem que ser acessível. Isso quer dizer que esses lugares precisam se estruturar para receber a todos. Por isso, precisam ter, entre outras coisas, pisos táteis, rampas e até cardápios em braille!
Mas são poucos os que seguem as regras. Se você der uma volta no seu bairro, vai ver que falta cardápio em braille em muito restaurante, por exemplo.
É claro que se a fiscalização “pegar”, haverá multa! Mas enquanto isso não acontece, vão dando o seu “jeitinho”, sem fazer o que é preciso. Por consequência, as limitações continuam para quem depende desses recursos.
Por outro lado, se cada gestor se colocar no lugar da pessoa, em vez de se preocupar só quando falam em multa, a lógica irá se inverter. Pensar “com a cabeça do outro” dá mais sentido para esse tipo de ação.
Mudar de perspectiva e se reorganizar para fazer um investimento desse não é muito fácil, mas vale a pena! Além disso, tem muita opção boa no mercado de acessórios para cegos. Uma dica é procurar por empresas desse ramo, como a Casa do Braille e a Gráfica BigBraille, por causa da variedade de produtos e por conhecem melhor a necessidade do seu cliente.
Seu familiar com deficiência visual pode contar com você?
Para quem mora com pessoas cegas ou com baixa visão, a necessidade de ajustar a rotina é ainda maior! Não basta adaptar a casa. Os hábitos da família também contam.
Por exemplo: portas “meio abertas” podem confundir quem não pode ver e causar acidentes. Então todos na casa devem deixar as portas ou totalmente abertas, ou totalmente fechadas.
Outro cuidado é com as áreas de acesso, que devem estar sempre livres. E se em alguém da casa mudar os móveis de lugar, é preciso avisar a pessoa com deficiência visual. Também é bom descrever as novas posições dos móveis para ela poder reorganizar o seu “campo de visão” mental.
Você sabe como ajudar um deficiente visual desconhecido?
Às vezes, por falta de informação, por medo de ser inconveniente ou até por vergonha, deixamos de dar o suporte a quem precisa, que nos cabe em certos momentos.
Mas, pense bem: você não precisa conhecer a pessoa para oferecer ajuda! Também não deve ter medo de um possível constrangimento, desde que respeite a decisão da pessoa de receber a sua ajuda ou não. O importante é ser claro quando falar com ela e avisar sobre os movimentos que você vai fazer para guiá-la.
Conforto e lazer também estão acessíveis?
Assim como qualquer outra pessoa, quem tem baixa visão ou é cego quer ter conforto, lazer e ter seu senso de pertencimento bem desenvolvido. Da mesma forma, quer suprir suas necessidades básicas (como a de locomoção); estar em ambientes agradáveis; e se divertir (sozinho ou em grupo).
Porém, a falta total ou parcial da visão limita bastante. Por isso, além dos cuidados básicos, já citados nesse artigo, o uso de acessórios também é importante.
Hoje em dia podemos contar com a tecnologia assistiva que, embora ainda seja uma novidade para muitos, já tem vários produtos e serviços que ajudam a ampliar as habilidades das pessoas com deficiência.
Existem empresas, como a Civiam, que fazem jogos em braille, material esportivo adaptado, pulseira detectora de obstáculos, câmera inteligente, entre muitos outros materiais que dão mais independência para quem tem necessidades especiais!
Você conhece alguma biblioteca para pessoas com deficiência visual?
Sabia que tem bibliotecas públicas para pessoas com deficiência visual em vários lugares do Brasil? Embora a falta de acessibilidade ainda seja grande em nosso país, existem locais com alternativas muito boas que precisam ser divulgados.
- São Paulo: Bibliotecas com acervos acessíveis e em braille
- Mato Grosso do Sul: Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim
- Rio de Janeiro: Biblioteca Louis Braille
- Minas Gerais: Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais
- Bahia: Biblioteca Central do Estado da Bahia
- Maranhão: Biblioteca Pública Benedito Leite
- Amazonas: Biblioteca Braille do Amazonas
Porque mais limitante do que a ausência da visão física é a estagnação mental gerada pela falta de esperança. Então, nada melhor do que o contato com outras realidades para aumentar a percepção do que é possível em sua própria vida.
Então divulgue essas informações! Assim você ajudará a aumentar a consciência da população e a qualidade de vida dos que têm necessidades especiais. Faça a sua parte e compartilhe!